Resenha: Belas Adormecidas

Título original: Sleeping Beauties

Autor: Stephen King e Owen King

Editora: Suma das Letras

Número de páginas: 728

Avaliação: 4.5 de 5.

Vocês todos sabem que Stephen King é meu autor favorito, mas foi a primeira vez que li algo do filho dele, Owen, com certeza vou procurar mais sobre ele agora.

A história gira em torno de um grande mistério, mulheres pelo mundo todo quando adormecem começam a ser envoltas por um tipo de casulo e não podem ser despertas de jeito nenhum. Elas não morrem, é possível ver a respiração por baixo dos casulos, mas também não podem ser consideradas vivas, já que ninguém sabe do que é feito aquele material e muito menos o que está acontecendo debaixo dele.

Nós acompanhamos toda a evolução dessa “doença” através dos moradores da cidade fictícia, Dooling. As pessoas dessa cidade começam a ouvir sobre os casulos em noticiários da TV, mas não dão muita bola até que os primeiros casos começam na cidade.

É também em Dooling que o único caso de imunidade aparece, Evie Black é uma mulher misteriosa, recém chegada à cidade e que pode dormir e acordar sem problemas. 

É nesse cenário caótico que sentimos a poderosa escrita de King, que sabe criar personagens como ninguém.
Os homens, de repente, se veem sem suas mulheres e filhas e sem saber o que fazer para ajudá-las ficam completamente perdidos, muitos acabam cometendo suicídio, outros reagem de forma violenta, alguns boatos surgem na internet alguns homens até tentam incendiar as mulheres adormecidas para proteger as poucas que ainda estão acordadas – e a si mesmos também. 

Temos muitos personagens nesse livro, tanto que ele vem com uma listagem de todos eles para você consultar quando precisar. Mas o principal deles é Clint, um psiquiatra que trabalha na penitenciária feminina de Dooling e que está passando por alguns problemas no seu casamento com Lila, a xerife da cidade.
Enquanto Lila procura manter a ordem na cidade e se manter acordada até não aguentar mais, Clint tenta se aproximar mais de Evie Black e, quem sabe, compreender melhor esse fenômeno.

O livro trata de assuntos muito comuns no universo feminino como o machismo frequente, violência doméstica, abuso sexual e psicológico. Retrata a violência, descaso e desumanização dentro das penitenciárias femininas e também aborda temas como racismo, uso de drogas e doenças mentais.

O livro tem seus defeitos sim, em muitos momentos a leitura é arrastada demais, principalmente perto do clímax, além de ter alguns momentos que não acrescentaram nada na história. Mas tudo isso é compensado pelos capítulos com foco nas mulheres adormecidas, pelas reflexões que o livro provoca e pelo final, que é maravilhoso, e olha que eu não costumo gostar dos finais do King (O que me faz pensar que o responsável pelo final tenha sido Owen kkkk). 

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